Marcelo Damato https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br A paixão, o dinheiro e o poder que envolvem a Copa. E um pouquinho de bola... Sun, 15 Jul 2018 17:25:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Nas oitavas, só Brasil venceu sem drama https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/03/nas-oitavas-so-brasil-venceu-sem-drama/ https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/03/nas-oitavas-so-brasil-venceu-sem-drama/#respond Tue, 03 Jul 2018 21:02:07 +0000 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Neymar-comemora-gol-sobre-México-Fabrice-Coffini-X.jul_.18-AFP-150x150.jpg http://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/?p=316 Na foto das oitavas, a seleção brasileira é quem saiu mais bonita.

Foi a única que venceu sem drama. Fora os 30 minutos iniciais de domínio mexicano, foi soberana.

As demais seleções se classificaram com mais dificuldade.

França e Bélgica precisaram de viradas. A vitória belga foi no último lance.

Rússia, Croácia e Inglaterra disputaram prorrogações e só levaram nos pênaltis.

A Suécia venceu com um gol de sorte, de um rival contra o próprio gol.

O Uruguai, como o Brasil, também nunca esteve atrás no placar, e fez o gol da vitória antes dos 20 minutos do segundo tempo. Mas Portugal ainda teve uma chance de finalizar sem goleiro. E os uruguaios perderam seu artilheiro, Cavani, machucado.

No Brasil, o maior momento de drama foi o pisão sofrido por Neymar fora de campo, que consumiu quatro minutos de atendimento –e  milhões de posts nas redes sociais sobre se houve encenação ou não.

Agora, as quartas.

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Sem ‘Deus’, Suécia ruma ao paraíso https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/03/sem-deus-suecia-ruma-ao-paraiso/ https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/03/sem-deus-suecia-ruma-ao-paraiso/#respond Tue, 03 Jul 2018 17:37:13 +0000 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Ibrahimovic-após-derrota-para-a-Bélgica-no-seu-último-jogo-pela-seleção-22.jun_.2016-Reuters-150x150.jpg http://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/?p=309 A Suécia virou “atéia” e está se dando muito bem.

Por anos, Ibrahimovic foi o dono da seleção sueca. Com “Deus”, como ele mesmo se chama, a Suécia viveu em função dele. Ibra estreou em 2001 e a partir de 2006 era um intocável.

Em 2016, cansado de mais um fracasso na Euro, Ibrahimovic anunciou sua saída. Mas continuou usando seu poder midiático para cornetar os colegas.

E para se autopromover. Na segunda-feira, quando Lebron James foi anunciado pelo LA Lakers, ele postou: “Los Angeles agora têm um Deus e um Rei”, brincando com o apelido King James do astro da NBA.

Ibrahimovic foi uma estrela desde muito jovem. Estreou aos 17 no Malmoe e logo virou a sensação do país. Aos 19 anos, foi para o Ajax por 18 milhões de euros, preço recorde pago por um sueco. Depois, passou por Juventus, Inter, Barcelona, Milan, PSG e Manchester Utd. Em nenhum, ficou mais de quatro anos.

O problema era sempre o temperamento.

Mas, na Suécia, ainda que amargasse fracassos, seu narcisimo e egoísmo foi tolerado em nome de seu talento. Disputou quatro Copas. Em duas vezes –em 2002, como reserva, e 2006–, os suecos pararam nas oitavas. Em 2010 e 2014, nem passaram das eliminatórias –igualando os recordes negativos de 1962-66 e 1982-86. Na Eurocopa, foram quatro participações, sempre piorando, até terminar em último no grupo, com um ponto.

Quando Ibrahimovic anunciou sua renúncia da seleção, parecia o fim –e um alívio–, mas foi o recomeço. Na primeira tentativa, a Suécia conseguiu voltar à Copa, eliminando a Itália.

Em vez de parabenizar os colegas, cobrou publicamente uma vaga na Rússia. Desta vez a Suécia lhe disse não.

Zlatan, ao seu modo, previu o fracasso de seus colegas.

Mas pela primeira vez desde 1994, a Suécia chegou às quartas. Já é a segunda melhor campanha em 40 anos.

Em Los Angeles, “Deus” deve estar com cara de bobo.

 

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Contra o México, Neymar foi Neymar https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/02/contra-o-mexico-neymar-foi-neymar/ https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/02/contra-o-mexico-neymar-foi-neymar/#respond Mon, 02 Jul 2018 16:26:24 +0000 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Neymar-comemora-seu-gol-contra-o-México-AFP-150x150.jpg http://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/?p=300 Neymar fez pela terceira vez seguida o seu melhor jogo na Copa. E, pela primeira vez, jogou como Neymar. Fez o primeiro gol, deu o passe para o segundo e foi o nome do confronto.

Jogou bem no primeiro tempo, e cresceu muito junto com o time no segundo.

A cada jogo que passa, Neymar segura menos a bola e reclama menos com a arbitragem. A cada jogo, ele joga mais coletivamente e a seleção evolui.

O seu papel de dono do time ficou claro no segundo gol. Em vez de correr para Roberto Firmino, o time correu para ele. No primeiro, um gol quase igual, Neymar também foi o abraçado.

Neymar ainda levou muitas faltas. Suas expressões de dor em relação ao tornozelo direito preocupam para o próximo jogo.

O México foi muito bem no começo do jogo. Dominou e não deixou o Brasil sair. Quando a seleção fez sua primeira jogada perigosa, a confiança foi mudando de lado e até o final do jogo uma equipe não parou de melhorar e a outra não parou de cair.

Ao final, nada lembrava o México do início. O Brasil terminou soberano.

Para quem viu só os primeiros 25 minutos, o resultado pareceu demais para o México.

Para quem viu só o segundo tempo, o Brasil até que ganhou de pouco.

Agoras vêm as quartas, a fase historicamente mais difícil para o Brasil.

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México será teste para a idade da zaga do Brasil https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/02/mexico-sera-teste-para-a-idade-da-zaga-do-brasil/ https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/02/mexico-sera-teste-para-a-idade-da-zaga-do-brasil/#respond Mon, 02 Jul 2018 08:12:32 +0000 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Miranda-esq-e-Thiago-Silva-enfrentam-a-Suíça-na-estréia-da-Copa-17.jun_.18-AFP-150x150.jpg http://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/?p=296 A ilusão da Alemanha de que poderia conquistar o primeiro bicampeonato mundial desde o Brasil em 1962 começou a desmoronar por causa da velocidade da sua dupla de zagueiros. Aos 35min do seu jogo de estreia na Copa da Rússia, num contra-ataque do México, Lozano recebeu a bola perto da área, cortou Özil dentro dela e marcou o único gol da partida. Não havia nenhum zagueiro perto dele.

No início do lance, o zagueiro Hummels foi lento no desarme e escorregou. O colega Boateng, que estava cerca de 8 m à frente dos mexicanos, não conseguiu fazer a cobertura.

Com a derrota na estréia, a Alemanha sempre ficou em posição delicada para tentar se classificar e acabou eliminada. Até o Mundial, a dupla Boateng e Hummels, que havia sido titular na conquista do tetra, era considerada uma das mais seguras entre todas as seleções do mundo.

O que torna preocupante a situação do Brasil no confronto desta segunda-feira é a diferença de idade entre os zagueiros da Alemanha e do Brasil: a dupla Thiago Silva e Miranda é, na média, quatro anos mais velha do que a parelha alemã. Os primeiros têm 33 anos e os outros, 29.

Em ambos os casos, os zagueiros do mesmo país têm uma diferença de idade entre eles inferior a três meses –no caso brasileiro, são apenas 15 dias.

Embora mais velha, a dupla brasileira é menos experiente em Copas: Dos quatro, Miranda é o único que não disputou a Copa de 2014, no Brasil –a dupla alemã foi campeã com 25 anos de idade.

E nas oitavas, não há chance de recuperação. Quem perder vai embora.

Se o Brasil passar pelo México –num jogo em que é favorito–  e pelas quartas-de-final também, poderá ter de enfrentar um desafio ainda maior nas semifinais.

O atacante francês Mbappé registrou até aqui a maior velocidade de corrida nesta Copa: 37 km/h, numa arrancada contra a Argentina. E ao contrário de Lozano, que, aos 22 anos, ainda não é considerado um destaque no mundo do futebol, Mbappé, já é, aos 19, apontado como um possível futuro candidato ao posto de melhor do mundo.

O Brasil tem uma das defesas mais eficientes da Copa até agora. Vamos ver qual será o remédio que Tite vai criar para essa questão.

 

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Brilho dos goleiros oculta fraqueza dos batedores de Croácia e Dinamarca https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/01/brilho-dos-goleiros-oculta-fraqueza-dos-batedores-de-croacia-e-dinamarca/ https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/01/brilho-dos-goleiros-oculta-fraqueza-dos-batedores-de-croacia-e-dinamarca/#respond Sun, 01 Jul 2018 22:25:24 +0000 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/O-goleiro-Subasic-defende-o-pênalti-nas-cobranças-que-deram-à-vaga-à-Croácia-Efrem-Lukatsky-1.jul_.18-AP-150x150.jpg http://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/?p=287 Os goleiros Subasic e Schmeichel foram as estrelas do confronto que deu à Croácia a vaga em cima da Dinamarca. Ainda assim ficou um certo gosto amargo.

Dos dez pênaltis cobrados –um no jogo, nove no desempate–, seis foram defendidos. Não é que alguns foram para fora ou na trave, seis foram defendidos mesmo. Parece espetacular, só que não é.

É que dessas seis defesas, quatro foram após erros que estão em qualquer manual de como não fazer cobranças.

Dois jogadores da Dinamarca bateram à meia altura, ambos do lado direito de Subasic. Em relação à altura, a bola na metade é a mais fácil para os goleiros. Não precisa ir ao quase impossível ângulo, nem demora tanto quanto para pular no chão.

Mas o mais impressionante é o número de penâltis chutados rasteiros no meio do gol. Chutar ali é o único modo de dar ao goleiro duas chances de defender: se ele não pular e se ele pular e usar os pés.

E ainda assim, houve três cobranças, 30%. Duas foram defendidas com os pés, uma para cada lado. Na outra, de Modric, a bola passou a uma distância imperceptível das chuteiras de Schmeichel. Se tivesse tocado, possivelmente a Dinamarca estaria comemorando. E Modric, que já havia perdido uma cobrança durante a partida, seria o vilão da noite.

Todas aquelas bolas, se tivessem sido chutadas no meio, mas a 1 m de altura, teriam entrado. Quase todos os jogadores têm experiência internacional, estão muito longe de serem amadores e ainda assim tomaram a pior decisão. Não dá para entender.

Os jogadores chamam essa escolha de “bola de segurança” –não porque o seja, pois é o local menos seguro. Chutam dessa maneira os jogadores que estão inseguros em mandar no canto ou alto. Para não arriscar chutar para fora, mandam no ponto mais distante das três traves –e o mais próximo dos pés do goleiro.

Nos anos 80, se dizia que era o chute dos medrosos.

A Dinamarca perdeu seus três pênaltis chutando à meia altura ou rasteiro no meio. Isso explica porque a Croácia é que vai seguir adiante. E porque Schmeichel deve estar tão frustrado.

 

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