Marcelo Damato https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br A paixão, o dinheiro e o poder que envolvem a Copa. E um pouquinho de bola... Sun, 15 Jul 2018 17:25:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A cinco jogos do fim da Copa, Europa já venceu https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/06/a-cinco-jogos-do-fim-da-copa-europa-ja-venceu/ https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/06/a-cinco-jogos-do-fim-da-copa-europa-ja-venceu/#respond Fri, 06 Jul 2018 21:06:19 +0000 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Coutinho-corre-atrás-de-Hazard-na-queda-do-último-sul-americano-da-Copa-Luis-Acosta-6.jul_.18-AFP-150x150.jpg http://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/?p=353 O futebol europeu vai conquistar pela quarta vez seguida uma Copa. Com a eliminação de Uruguai e Brasil no primeiro dias das quartas-de-final, não há mais seleções de fora do continente ainda na disputa. Da Europa há seis.

Amanhã, os jogos serão Rússia x Croácia e Suécia x Inglaterra. França e Bélgica já estão nas semifinais.

Com esse título, as seleções esticam o recorde estabelecido em 2014. Até essa sequência, nunca um continente havia vencido mais de duas vezes seguidas – a Itália venceu em 1934 e 1938 e o Brasil, em 1958 e 1962.

O domínio europeu coincide justamente com um maior revezamento dos continentes. No início das Copas, a cada três Mundiais, dois eram na Europa e um na América do Sul. Depois passou a haver um revezamento entre Europa e América. A partir de 2002, outros continentes entraram na disputa, e, em 2010 e 2014, duas Copas seguidas foram disputadas fora da Europa pela primeira vez –isso vai se repetir em 2022 (Qatar) e 2026 (América do Norte).

Em relação às Copas da Europa, pela sexta vez em 11 só haverá equipes desse continente, repetindo 1934, 1954, 1966, 1982 e 2006.

Das quatro vezes que um sul-americano chegou às semifinais, passou para a final em três. O Brasil foi semifinalista em 1938, campeão em 1958 e vice em 1998. Em mais uma Copa em ano terminando em 8, caiu nas quartas. A Argentina foi vice em 1990.

Em 1974, na Alemanha, não houve semifinal.

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Lateral direita é sinônimo de encrenca e surpresa para o Brasil em Copas https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/05/lateral-direita-e-sinonimo-de-encrenca-e-surpresa-para-o-brasil-em-copas/ https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/05/lateral-direita-e-sinonimo-de-encrenca-e-surpresa-para-o-brasil-em-copas/#respond Fri, 06 Jul 2018 02:55:37 +0000 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Danilo-durante-treino-da-seleção-Lucas-Figueiredo-27.jun_.18-CBF-150x150.jpg http://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/?p=333 A lesão de Danilo confirma uma sinistra tradição da seleção em Copas. A lateral direita é uma das posições mais abaladas por contusões.

Embora tenha havido um período de tranquilidade nos quatros Mundiais entre 2002 e 2014, a tradição é de acidentes. Desde 1958, houve pelo menos nove lesões graves em jogadores da posição às vésperas da Copa ou durante a competição. Somadas à desistência do então titular Leandro em 1986, são dez alterações inesperadas.

Apesar disso, em algumas vezes, o substituto não só jogou acima da expectativa como superou o titular –como aliás tem acontecido com Fágner na Rússia até aqui. Nas duas vezes em que houve uma troca na final, o Brasil foi campeão. Em todas as outras, a seleção voltou sem taça. Mas não houve caso anterior de o problema acontecer durante a Copa com o reserva.

Em 1958, De Sordi foi o titular nos cinco primeiros jogos. Na semifinal, sentiu uma lesão e não disputou a final. Djalma Santos entrou em seu lugar e o Brasil foi campeão. O novo titular acabaria eleito o melhor da posição da Copa mesmo atuando uma vez.

Em 1974, Carlos Alberto (que anos depois ganharia o “Torres” ao nome para diferenciá-lo de um homônimo), capitão do tri, era titularíssimo para a Copa de 1974, quando sofreu uma lesão e foi barrado da Copa. O corintiano Zé Maria passou a titular e Nelinho, do Cruzeiro, entrou como reserva.

Na fase de preparação, Zé Maria também se machucou. Nelinho foi titular nos três primeiro jogos, indo para o banco nos seguintes.

Quatro anos mais tarde, Zé Maria era de novo o titular, quando torceu o joelho direito. O caso era mais sério, ele foi cortado da delegação e nem chegou a ser inscrito. O reserva Toninho virou titular e Nelinho de novo foi convocado, tendo ganhado a posição ao longo dos jogos.

Em 1986, o lateral-direito Leandro, que já tinha sido o titular em 1982, abandonou a seleção no dia do embarque para o México, depois que Renato Gaúcho, hoje técnico do Grêmio, foi cortado por chegar atrasado à concentração depois de uma folga. Como Leandro tinha ido junto, saiu em solidariedade ao companheiro. Edson, que era o reserva, passou a titular, e Josimar foi convocado.

Numa coincidência bizarra, já que ambos jogavam no Corinthians, ocorreu a Edson o mesmo que a Zé Maria em 1974. Pouco tempo depois de virar titular, também se machucou –no seu caso durante a disputa– e cedeu a posição a Josimar. E o botafoguense não saiu mais. Josimar fez golaços de fora da área em dois jogos seguidos e se tornou uma estrela daquela competição.

A lesão seguinte ocorreu em 1994. Jorginho que disputara o Mundial de 1990 e repetia a dose nos EUA, se machucou no início da final contra a Itália. Teve de ceder o gosto de comemorar o título em campo a Cafu, que foi o titular pelas três Copas seguintes, sem jamais se lesionar, um recorde na seleção.

Mas, se Cafu não se lesionou em 1998, seu reserva sim. Como naquela época eram convocados 22 e não os atuais 23 jogadores, e já havia três goleiros, toda seleção tinha uma posição sem um reserva imediato. Para aquele Mundial, Zagallo chamou Flávio Conceição como reserva do volante César Sampaio e de Cafu. Só que o reserva dublê se machucou dias antes da apresentação, pelo La Coruña (ESP). Em seu lugar, chegou o lateral Zé Carlos, que enfrentou a Holanda, porque Cafu estava suspenso.

Entre 2002 e 2014, houve quatro Copas sem nenhum percalço, exceto a troca de Daniel Alves por Maicon como titular durante a disputa no Brasil. Mas a razão foi técnica.

Até que neste Mundial, pela primeira vez, houve três acidentes, dois graves. Em maio, poucos dias antes da convocação, Daniel Alves, titular e capitão da seleção teve uma entorse grave no joelho direito pelo PSG e ficou fora da Copa. Tite convocou Danilo e Fagner sem indicar quem seria o titular. Danilo fez o primeiro jogo e se machucou na região do quadril. Fagner entrou e foi melhor que o colega. Quando Danilo já estava recuperado, ocorreu a torção no tornozelo esquerdo.

Sem possibilidade de trocar, Fagner tem que passar um dos próximos dois jogos sem levar cartão amarelo.

 

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Acabou a geração que mudou o futebol https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/01/acabou-a-geracao-que-mudou-o-futebol/ https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/07/01/acabou-a-geracao-que-mudou-o-futebol/#respond Sun, 01 Jul 2018 17:51:31 +0000 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Sérgio-Ramos-se-embola-com-Ignashevich-e-provoca-o-gol-da-Espanha-Maxim-Shemetov-1.jul_.18-Reuters-150x150.jpg http://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/?p=283 Houve um momento na história que parecia que o futebol tinha conseguido um dono. A Espanha ganhara a Euro de 2008, a Copa de 2010 e a Euro de 2012. Chegara à final da Copa das Confederações em ritmo de treino. Foi apontada como a maior seleção de todos os tempos –se pudesse haver alguma.

O time parecia uma equipe tão sólida que nem a troca de jogadores e até de filosofia de jogo –adotando cada vez mais a busca da posse de bola, com a troca de passes e marcação sob pressão– quebrava a ilusão de que tudo foi igual desde o começo.

O fiasco em 2014 pareceu o fim. Na Euro de 2016, só chegou às oitavas. Mas se reergueu. Nas eliminatórias, foi soberana. Venceu 9 e empatou 1 dos 10 jogos. Fez 36 gols e levou 3.

Quando entrou em campo hoje, estava invicta havia 23 jogos –e na verdade ampliou para 24, porque o jogo deste domingo, com prorrogação, terminou empatado. Desde a Euro, não perde.

Nesta seleção, ainda havia seis campeões mundiais –o Brasil só tem Thiago Silva daquele Mundial. Sérgio Ramos, 32, David Silva, 32, Pepe Reina, 35, Iniesta, 34, Piqué, 31 e Busquets, 29 tentavam o bi. Desses, os quatro primeiros estavam até mesmo na Euro-2008.

Para muitos comentaristas internacionais, era simplesmente a favorita.

Mesmo sem brilho, terminou a primeira fase em primeiro no Grupo B. No jogo, saiu em vantagem graças a mais uma malandragem de Sérgio Ramos, o Pelé dos truques limpos –e sujos. Durante boa parte do primeiro tempo, a covardia dos russos indicavam que a vitória não seria ameaçada. O pênalti bobo de Piqué mudou tudo. A Rússia, repetindo o Uruguai, se fechou atrás. Na disputa de pênaltis, os três batedores da geração campeã acertaram. Koke, 26, e Aspas, 30, não eram garotos, mas falharam.

Na derrota, as contas serão acertadas. A troca de treinador, de Julen Lopetegui por Fernando Hierro, três dias antes da Copa, será colocada na mesa do presidente da Federação, Luis Rubiales.

Dos seis campeões, é improvável que algum, além de Busquets, esteja no Qatar.

O espanto que começou em 2008, no coração da Europa, acabou dez anos depois em Moscou.

 

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Copa chega à metade sem 0 a 0 pela primeira vez desde 1954 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/06/25/copa-chega-a-metade-sem-0-a-0-pela-primeira-vez-desde-1954/ https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/2018/06/25/copa-chega-a-metade-sem-0-a-0-pela-primeira-vez-desde-1954/#respond Mon, 25 Jun 2018 08:05:26 +0000 https://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/selecao-brasileira-perfilada-antes-de-partida-na-copa-do-mundo-disputada-na-suecia-Arquivo-Folha-Imagem-150x150.jpg http://marcelodamato.blogfolha.uol.com.br/?p=170 A Copa da Rússia é a primeira desde 1954 a não registrar empates sem gols nas duas primeiras rodadas. E nos cinco primeiros mundiais, entre 1930 e 1954, não aconteceu nenhum jogo sem gols.

Como as duas primeiras rodadas contêm a metade dos jogos (32 em 64), ou este Mundial será o primeiro a registrar um 0 a 0 na somente segunda metade, ou será o primeiro em 16 edições a não ter nenhum.

O primeiro jogo sem gols em Copas do Mundo envolveu o Brasil. Na segunda rodada da Copa de 1958, a seleção empatou com a Inglaterra em Gotemburgo (SUE). Após a decepção com o desempenho, o técnico Vicente Feola promoveu dois atacantes reservas para o jogo seguinte: Pelé e Garrincha.

Desde então aconteceram mais 68 jogos com esse resultado. Nas últimas três competições, foram registrados sete em cada.

A má notícia é que, para a média de gols de cada Copa, o número de 0 a 0 não conta muito. A Copa da Rússia tem até aqui 2,66 gols/jogo, média inferior ao Mundial do Brasil no mesmo número de partidas e levemente superior à média desde 1998 (primeiro ano com 32 seleções).

Se não tem 0 a 0, este Mundial tem grande número de jogos em que só um time marca. Dos 32, em 17 (53%), uma das torcidas saiu sem comemorar gol. E ninguém tem desperdiçado oportunidades de festejar. Na goleada sofrida para a Inglaterra, a torcida do Panamá celebrou muito o gol da sua equipe, que já tinha levado 6.

O que parece estar mais ligado à seca dos 0 a 0 é a redução de empates. Das seis edições do Mundial com 32 seleções, esta é a que tem menos resultados iguais nos primeiros 32 jogos: foram 5, menos de 16% do total. A média das edições entre 1998 e 2014 é 8,2 (25,2%). Em 1998, houve 11, cerca de 35%.

 

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