Mata-mata da Copa mostra força inédita das seleções
A Copa do Mundo da Rússia mostrou uma competitividade inédita nas seleções que alcançaram o mata-mata.
Pela primeira vez nas 11 Copas em que houve oitavas-de-final em confronto direto, nenhum jogo das três fases antes da final terminou com mais de dois gols de diferença. Ou seja, não houve nenhuma goleada.
Nas outras vezes, o número de goleadas nas 14 partidas desse período, oscilou entre um e quatro.
Em 34 e 38, a Copa foi disputada por 16 times em sistema eliminatório. As oitavas só voltariam –e de vez– em 1986, quando o Mundial tinha 24 seleções (que passariam para 32 em 1998).
O que torna esse resultado mais surpreendente é que neste mata-mata saíram mais gols do que a média. Foram 39, média foi de 2,79 gol/jogo, contra 33, na média dos oito anteriores –as Copas dos anos 30 foram excluídas deste cálculo porque naquela época as defesas eram muito mais fracas.
Desses oito mata-matas, só em 1994, as redes foram balançadas mais vezes: 44. E mesmo assim, houve goleadas em todas.
Um dos retratos do equilíbrio é que os gols foram bem distribuídos entre os jogos. Em 14 partidas, houve apenas dois 1×0 e nenhum 0x0.
O número de partidas que foi para a prorrogação também foi superior à média das outras dez Copas: 5 contra 4,4.
Mas, mesmo nas Copas em que mais jogos foram para a prorrogação, 1990 (oito vezes) e 2014 (seis), houve muitos 0x0 neles: quatro em cada disputa.
Outro dado que mostra o equilíbrio dos jogos é que, desde 1994, não havia tantos times eliminados depois de marcar dois ou mais gols. Isso aconteceu três vezes.
E fazia 52 anos que uma equipe, no caso a Argentina, não era mandada para casa depois de anotar três gols no tempo normal. A última infelizarda havia sido a Coréia do Norte, que levou de 5 a 3 de Portugal nas quartas-de-final da Copa da Inglaterra, em 1966.