Final da Copa pode ter árbitro holandês

Pela tradição da Fifa, o holandês Björn Kuipers é o favorito para apitar a final da Copa, no domingo. Kuipers, que está em seu segundo Mundial, tem sido prestigiado nas escalas desde o segundo dia e tem sido bem avaliado.

Na Rússia, apenas dois árbitros foram escalados quatro vezes, Kuipers e Nestor Pitana (ARG), que está descartado para final porque dirigiu a partida de abertura. (atualização: quebrando sua própria tradição, a Fifa escalou Pitana. É apenas a segunda vez em 21 Copas que um árbitro apita abertura e final)

Os dois têm um temperamento parecido, são calmos e sorriem durante quase toda a partida. O temperamento, aliás, é parecido com o do diretor de arbitragem da Fifa, o italiano Pierluigi Collina, que dirigiu a final da Copa do Mundo de 2002.

Kuipers é um dos principais árbitros europeus. Já dirigiu final da Liga dos Campeões de 2014 (em 63 decisões, só houve uma repetição de escala, em 1968 e 1970). Dirigiu duas finais de Liga Europa (2013 e 2018), sendo o segundo a atingir tal feito desde que as finais são em jogo único e o primeiro no século. Sua primeira final de uma competição da Fifa ocorreu no ano passado, com a decisão do Mundial sub-20, vencido pela Inglaterra.

Em Copas, sempre foi escalado para jogos importantes. Nos seus sete jogos, incluindo três da Copa no Brasil, havia ao menos uma seleção campeã mundial em campo. No terceiro dia da Copa de 2014, dirigiu o jogo de abertura do Grupo D, o “grupo da morte”, opondo as campeãs Itália e Inglaterra. A partida era considerada delicada também pelo calor previsto para a hora do jogo.

Na Rússia, Kuiper dirigiu Uruguai 1×0 Egito, na primeira rodada, Brasil 2×0 Costa Rica, na segunda, Rússia 1×1 Espanha, nas oitavas, e Inglaterra 2×0 Suécia, nas quartas.

No jogo do Brasil, foi o primeiro árbitro da Copa a cancelar a marcação de um pênaltin–sobre Neymar– depois de consultar o VAR.

Depois dele, um dos árbitros com mais chances é Sandro Meira Ricci, do Brasil. O brasileiro é um dos que já atuou três vezes e trabalhou nas quartas-de-final. O sérvio Milorad Mazic, que apitou a decisão da última Liga dos Campeões, completa a escala da terceira fase junto com Pitana.

Das últimas sete Copas, em quatro o árbitro da final também apitou nas quartas-de-final. Em nenhuma, quem apitou uma semifinal chegou ao último dia. Na França-98, o escalado nem havia trabalhado no mata-mata.

A última vez que um brasileiro apitou uma decisão foi em 1986, com o Romualdo Arpi Filho. Quatro anos antes, Arnaldo Cesar Coelho, hoje comentarista da Globo, foi o primeiro brasileiro a alcançar o jogo máximo do futebol mundial.