Brasil se reencontra e faz melhor partida
Nos primeiros minutos, parecia que a tarde (aqui)/noite (lá) seria de sofrimento para jogadores e torcedores.
O lateral-esquerdo Marcelo, um dos destaques do time –e o único lateral da seleção original, após a perda de Daniel Alves– teve de ser substituído, por questões físicas. O aparente mistério sobre a causa piorou ainda mais os sentimentos.
Mas o fato é que Marcelo nem fez falta. Sem ele –não por causa disso–, o Brasil fez sua melhor partida neste Mundial.
Se na véspera, nas mesas-redondas, os jornalistas, quase em desespero, falavam em chance real de eliminação, a seleção jamais se desesperou e foi se impondo, passo a passo, sobre a Sérvia.
Se nos dois anteriores, jornalistas e torcedores cobravam mudanças no time, com a saída de Paulinho e Willian, foi o meia, que numa jogada típica, infiltrou-se e abriu o marcador. A partir dali, a Sérvia seria outra, com bem menos confiança.
No início do segundo tempo, a Sérvia, que precisava marcar 2 gols em 45min e não mais 1 em 90min, até fez uma certa pressão. Aí Tite trocou Paulinho por Fernandinho, o Brasil voltou a dominar o meio-campo.
Logo depois, Thiago Silva, que teve grande atuação, fez o segundo gol, num escanteio. O lance foi em parte coletivo. Miranda, na primeira trave, se enganchou com o centroavante Mitrovic, que protegia o setor, e os dois caíram. Thiago viu o espaço, se antecipou e finalizou.
Neymar teve uma atuação mais discreta do que nos primeiros jogos, mas fundamental. Mais aberto na ponta, tocou menos na bola e a segurou muito menos. com isso, todos os outros jogadores evoluíram.
Neymar não esteve num grande dia. Menos inspirado, foi disciplinado, focado e contido. Sofreu menos faltas e não reclamou nenhuma vez. Não fez firula e jogou em equipe.
E principalmente não chorou nem reclamou. E ninguém do Brasil reclamou.
Ainda não são o Neymar e o Brasil que se espera, mas ambos, enfim, parecem estar no caminho certo.