Rússia é a última chance para Cristiano Ronaldo e Messi

Marcelo Damato

Cristiano Ronaldo, 33, o maior jogador deste século, inicia hoje a que deve ser a sua última Copa do Mundo. Na próxima terá 37.

Lionel Messi, 30 (quase 31), o maior jogador deste século, inicia amanhã o Mundial que ele já anunciou que será seu último. No Qatar, terá 34-35.

Não há erro. Cada um, ao seu modo, é o maior. E na Rússia provavelmente será a última oportunidade de se encontrar uma resposta única.

Nessa disputa individual, Messi e Cristiano vêm compartilhando o topo há dez temporadas. Um eventual desempate no Prêmio Fifa sem uma Copa junto não vai decidir nada.

No voto popular, também não haveria resposta. O número de fãs de Cristiano Ronaldo é muito maior -323,3 milhões de seguidores no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube, 76% a mais que Messi. Mas a disposição do português para se comunicar também é.

Como jogador de seleção, Cristiano Ronaldo (150 jogos, 81 gols) foi muito mais longe do que qualquer patrício. Não apenas superou os maiores ídolos do país, Eusébio (64j, 41g, semifinalista da Copa de 1966) e Figo (127j, 32g), como levou Portugal a um patamar inédito.

Em 2004, com 19 anos, foi vice-campeão da Euro em casa, um feito notável com um sabor agridoce, pois a derrota na final foi para a Grécia. Em 2016, aos 31, foi o dono do time e da taça, ainda que tivesse que sair no começo da decisão. Em Copas, ainda está devendo.

Nesta Copa, a cena se repete. CR7 é o time.

A trajetória de Messi é quase o oposto.

Com desempenho muito superior a Maradona em clubes, Messi é uma pulga comparado a Pelusa quando se trata de seleção. Em quatro Mundiais, Maradona (91 jogos, 34 gols) foi campeão e vice, em ambas carregando companheiros nas costas. Messi (124j, 64g) chega ao seu quarto mundial, com apenas um vice e muita frustração – no seu período, nem na Copa América a Argentina consegue passar de vice. Sua maior conquista é o ouro olímpico em Pequim-2008 –quase dez anos atrás

Para piorar, a Argentina chega à Rússia em sua pior fase desde o começo dos anos 70.

Nunca dois jogadores disputaram o topo por tanto tempo em tamanho equilíbrio. Só uma Copa do Mundo pode decidir quem é melhor.

Mas o mais provável é que nenhum dos dois vença.